Biotecnologia Vegetal

Um blogue que esclarece tudo sobre organismos geneticamente modificados...

quarta-feira, março 21, 2007

Empresas discutem proibição...

Discutiu-se ontem, dia 20 de Março, em Bruxelas, a retirada oficial do mercado de cinco qualidades de colheitas transgénicas pelas empresas Biotecnológicas europeias. Uma das variedades de colheita que se pretende retirar foi a primeira variedade geneticamente modificada plantada na Europa.
Helen Holder, activista da "Friends os the Earth Europe" afirmou: "Não há mercado para as colheitas e alimentos geneticamente modificados, e as companhias pensam mesmo em retirá-los do mercado. Os cidadãos europeus não querem alimentos transgénicos e os líderes europeus precisam de tomar as devidas medidas para tornar esta vontade realidade".

"Estes alimentos geneticamente modificados nunca deviam ter sido plantados, já que se desconhecem os efeitos no ambiente e na população humana".

A proibição de cultivo de três destas variedades pela União Europeia esteve no centro da disputa das empresas transatlânticas na World Trade Organisations (WTO). A WTO relembrou o direito dos países em proibir colheitas geneticamente modificadas, mesmo não tendo esta proibição respeitado as normas da WTO.

Helen Holder continua: "É absolutamente desonroso que o dinheiro dos contribuintes europeus seja gasto na defesa de produtos que as companhias estão prestes a retirar. A indústria Biotecnológica devia ser forçada a pagar à UE uma compensação pelo tempo e dinheiro gastos".

As proibições estão a ser discutidas pelos Estados Membros tendo em conta declarações das empresas Biotecnológicas.

As variedades a retirar incluem uma variedade de milho geneticamente modificado que começou por ser produzido em Espanha. A produção desta variedade foi interrompida por se considerar prejudicial à saúde, uma vez que continha um gene de marcador de um antibiótico. A produção desta variedade de milho foi também interrompida nos EUA por se pensar que afectava as populações de borboletas monarcas.

segunda-feira, março 19, 2007

Veracidade Analisada

A Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) já se inteirou da recente publicação do grupo de investigação do CRIIGEN sobre o milho geneticamente modificado MON 863, que contém uma revisão da análise estatística do estudo de 90 dias em ratazanas considerado na avaliação dos riscos desta variedade.
A EFSA avaliará nos próximos tempos, cuidadosamente, esta nova publicação e a sua nova análise estatística, incluindo qualquer significado que esta publicação possa ter na avaliação dos riscos da variedade MON 863.
O milho MON 863 tem sido objecto de uma exaustiva avaliação dos riscos pela EFSA e por outras autoridades, como a FSANZ (Food Standards Australia New Zealand), não tendo sido até ao momento identificados quaisquer efeitos adversos nas saúdes humana ou animal ou no ambiente.

O estudo de 90 dias em ratazanas analisado pela CRIIGEN veio relançar a polémica na produção e comércio de variadades de milho transgénico. O estudo é agora um importante elemento da avaliação dos riscos do milho MON863.
Os resultados da análise do milho MON 863 feita pela CRIIGEN serão discutidos na próxima reunião do Painel dos OGM, que se realizará em Parma a 22 e 23 de Março de 2007.

quinta-feira, março 15, 2007

Farsa ou Verdade??

A Plataforma Transgénicos Fora alertou esta semana para "provas científicas irrefutáveis" sobre o impacto negativo do milho transgénico MON 863 baseando-se num estudo de especialistas franceses que será publicado na revista científica Archives of Environmental Contamination and Toxicology. "O estudo prova que há alterações de crescimento e grave prejuízo para a função hepática e renal (fígado e rim) dos animais de laboratório que consumiram tal milho", afirmou à agência Lusa Gualter Baptista, da Plataforma. Mas para Pedro Fevereiro, Director do Laboratório de Biotecnologia de Células Vegetais e Presidente do Centro de Informação de Biotecnologia, a notícia "não passa de uma farsa". O especialista considerou que o autor, Gilles Eric-Séralini, pertence a um laboratório "obscuro", manifestando dúvidas em "estabelecer a credibilidade" dos artigos que assina. "A questão reporta-se a um processo de avaliação elaborado pela Monsanto em 2002, tendo Gilles-Eric Séralini, activista francês anti-transgénicos, mantido uma controvérsia relativamente aos métodos de análise estatística utilizados para avaliar os resultados dos ensaios (que não repudia) efectuados com alimentação em ratos durante 90 dias". "Esta não-notícia é apenas mais uma mentira requentada para assustar a opinião pública relativamente ao uso da agro-biotecnologia", criticou o investigador. Fonte da Monsanto Espanha contactada pela Agência Lusa confirmou que a questão é relativa a uma notícia antiga sobre a qual a empresa já tinha expresso a sua opinião. Na altura, a Monsanto afirmou ter fornecido todas as informações exigidas pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) antes de receber um parecer científico favorável para o MON 863 Yeldgard. A mesma fonte acrescentou que esta variedade de OGM está a ser comercializada nos Estados Unidos e Canadá desde 2003 e que já foi aprovada para importação e uso alimentar noutros países como Japão, Coreia, Filipinas, Austrália, China, Rússia e União Europeia. A Monsanto encomendou um estudo independente sobre os problemas relacionados com anomalias verificadas em ratos alimentados com milho transgénico, tendo os investigadores concluido que a diminuição da massa dos rins e fígados dos animais (também verificada em ratos alimentados com milho convencional) se enquadrava dentro dos parâmetros normais de rins e fígados de ratos.

sexta-feira, março 09, 2007

Plataforma alarga acção!

Nos dias 8 e 9 de Março o Conselho Europeu reuniu-se para discutir propostas no sentido de adoptar a obrigatoriedade de utilização de 20% de biocombustíveis no sector europeu dos transportes até 2020. O cultivo de plantas energéticas transgénicas é visto pela Engenharia Genética como a saída para viabilizar esta tecnologia. As plantas transgénicas energéticas serão a grande proposta e novidade para fazer face aos limites mínimos obrigatórios agora em discussão, uma vez que as plantas transgénicas alimentares foram liminarmente recusadas pelos consumidores europeus e o seu mercado se resume já às rações, onde a rotulagem não chega ao consumidor e não há direito à escolha. Com o intuito de alargar a sua acção e temática a Plataforma Transgénicos Fora do Prato passou simplesmente a chamar-se Plataforma Transgénicos Fora. No entanto, persiste a dúvida quanto à nova tecnologia. Quem paga mais é que comanda os mercados: os carros vão poder continuar a rolar no primeiro mundo, mas graças aos que vão deixar de poder comer, sobretudo no terceiro mundo. Não há dúvida sobre quem tem maior capacidade de compra na aldeia global – irá Portugal e os restantes Estados-Membros apoiar tal crime humanitário?
Para mais informações, visite o site www.gaia.org.pt.