Biotecnologia Vegetal

Um blogue que esclarece tudo sobre organismos geneticamente modificados...

terça-feira, janeiro 22, 2008

Meta-análise científica mostra que culturas transgénicas não prejudicam abelhas

O CiB - Centro de Informação de Biotecnologia vem divulgar novas investigações e uma meta-análise de 25 estudos científicos independentes que revelam que as variedades vegetais GM resistentes a pragas de insectos não têm impactos negativos nas abelhas.A maioria das razões para a controvérsia sobre a utilização das variedades vegetais transgénicas resulta de diferenças entre valores pessoais e diferentes níveis de confiança nas instituições públicas, e não na incerteza científica. Esta afirmação aplica-se ao caso do impacto das variedades Bt nas abelhas, em particular do milho que pode ser cultivado legalmente em Portugal.Recentemente, órgãos de comunicação social fizeram eco de uma declaração de uma Associação Ambientalista do Algarve informando que estariam abelhas a morrer perto de uma plantação de milho geneticamente modificado (GM) no sul do país.No entanto, todos os dados científicos conhecidos demonstram que as variedades transgénicas utilizadas não têm qualquer impacto negativo, quer nas abelhas adultas, quer nas suas larvas. Esta afirmação é fundamentada por vasta bibliografia científica e reafirmada, por exemplo, num artigo de finais de 2007, publicado na revista Apidologie ("Effects of Bt corn pollen on honey bees: emphasis on protocol development"), no qual os autores confirmam que nenhum efeito foi observado no peso e sobrevivência de abelhas, alimentadas durante 35 dias com pólen de milho modificado com a proteína Cry1Ab. Em estudos de campo, realizados em colmeias alimentadas com pólen Bt durante 28 dias, não foi detectado qualquer efeito da sua presença no peso das abelhas, na sua actividade ou no desempenho das colmeias. Estes dados são ainda confirmados por outro artigo publicado, no início de Janeiro de 2008, na revista PLos ONE ("A Meta-Analysis of Effects of Bt Crops on Honey Bees (Hymenoptera: Apidae)"). Os seus autores realizaram uma meta-análise de 25 estudos independentes que avaliaram os efeitos das proteínas Bt (Cry) na mortalidade das abelhas, concluindo que não foram detectados quaisquer impactos negativos das culturas agrícolas Bt naqueles insectos.A proteína produzida pelas variedades Bt utilizadas em Portugal é tóxica para larvas de alguns lepidópteros e direccionada para controlar a praga denominada "broca do milho", bem conhecida dos agricultores portugueses.O CiB esclarece ainda que o declínio observado na abundância das abelhas na América do Norte, denominado de "síndrome da desordem colapsante das colmeias" se deve muito provavelmente ao vírus israelita da paralisia aguda das abelhas, segundo o artigo "A Metagenomic Survey of Microbes in Honey Bee Colony Collapse Disorder", publicado na revista Science, e não à utilização de variedades vegetais transgénicas.O Centro de Informação de Biotecnologia reafirma a sua intenção de manter a credibilidade científica e técnica dos dados que divulga, fornecendo à sociedade portuguesa a possibilidade de fazer uma escolha consciente e informada sobre os produtos biotecnológicos disponíveis no mercado.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Trezentas pessoas pedem ao Governo espanhol que proíba cultivo de transgénicos

Mais de 300 investigadores e representantes da sociedade civil assinaram um manifesto onde pedem ao Governo espanhol que proíba o cultivo de transgénicos.

A medida - tomada dias depois da França ter proibido o cultivo do milho transgénico MON 810, da Monsanto - quer alertar para a "ameaça que representam para a agricultura e para a sustentabilidade" as sementes transgénicas, avança o "El Mundo" online.

Em Espanha existem 75 mil hectares cultivados com milho MON 810.

"Não se trata de um debate técnico, mas tão simplesmente de conservação, saúde humana e ambiente", comentou Liliane Spendeler, presidente da associação Amigos da Terra em Espanha.

"Trata-se de uma tecnologia que está a destruir a biodiversidade, e que nasceu como subproduto da indústria militar. É lamentável que Espanha seja um vector de produção destes cultivos na Europa, quando é um país rico em biodiversidade", disse o investigador do Jardim Botânico de Las Palmas de Gran Canaria, Eugenio Reyes.

O documento pretende promover um debate na sociedade sobre os OGM (organismos geneticamente modificados).

O manifesto foi apoiado por peritos de centros de investigação, universidades, jardins botânicos e de sindicatos e organizações ecologistas.
A decisão do Governo francês baseou-se em relatórios científicos sobre os impactos do MON 810, nomeadamente a impossibilidade de evitar a contaminação a outras plantações, a promoção da resistência dos insectos visados e os efeitos tóxicos sobre outros organismos.

Notícia Público - link: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1316863&idCanal=92

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sábado, janeiro 12, 2008

Madeira e os OGM

O Conselho de Governo da Região Autónoma da Madeira aprovou hoje uma proposta de decreto legislativo regional que declara a Região zona livre de cultivo de variedades de organismos geneticamente modificadas (OGM).
De acordo com uma nota de imprensa saída da habitual reunião de quinta-feira, a proposta legislativa, a ser enviada à Assembleia Regional, «decorre das especificidades do território, da agricultura e da biodiversidade da Região que, numa lógica preventiva, aconselham à presente iniciativa, que defende a agricultura madeirense e reforça também a atractividade ambiental da Região».O Governo regional considera que a Madeira «constitui uma zona muito específica no contexto nacional e europeu em termos de actividade agrícola e da paisagem, cuja extrema riqueza genética vegetal aconselha à não introdução de material com OGM».Desta forma, o executivo pretende estimular os agricultores «a continuarem a prática da agricultura convencional e da agricultura biológica (em crescente expansão), assegurando-se a protecção do riquíssimo património genético».Na mesma reunião, o Conselho de Governo resolveu adjudicar a obra de redimensionamento da Escola Básica do 1º Ciclo da Lombada, São Martinho, cujo custo ascende a cerca de 1,3 milhões de euros.
Diário Digital / Lusa

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Greve de Fome

O activista francês antiglobalização José Bové entrou ontem em greve de fome para forçar o governo a proibir o cultivo de milho geneticamente modificado.

"Desde a meia-noite que não me alimento” – declarou, à RTL, o ex-candidato à presidência francesa. Bové quer que o executivo francês active a cláusula de salvaguarda que permite a um Estado-membro da UE proibir o cultivo de plantas transgénicas.