Ambientalistas atribuem ao milho transgénico a morte de abelhas
A associação ambientalista Almargem suspeita que a plantação de milho transgénico da Herdade da Lameira, em Silves, esteja na origem da morte de sete dos 25 enxames de um apicultor da zona de Poço Barreto.A Herdade da Lameira, de 50 hectares, foi alvo em Agosto de uma acção de destruição "simbólica", pelo movimento Verde Eufémia, por ser a primeira propriedade algarvia onde foi autorizada a plantação de milho geneticamente modificado. Agora, os ambientalistas levantam a hipótese de as colmeias terem sido atingidas por uma toxina (Bacillus thuringiensis), letal para lagartas e borboletas que atacam o milho.Os ambientalistas, em comunicado, dizem que os factos "terão sido comunicados a funcionários da direcção regional de Agricultura, que os ignoraram". O director regional de Agricultura, Castelão Rodrigues, desconhece o caso: "Se existe essa suspeita, a primeira coisa a fazer seria fazer análises, e não nos pediram apoio". O responsável pelos serviços de veterinária do ministério, António Madeira, também não foi informado e, apesar das "causas da morte poderem ser várias", disse estar interessado em "saber o que se passa". A Almargem reclama "análises independentes" ao mel do Poço Barreto.
Idálio Revez/ Notícia Público
2 Comments:
A ser verdade que algumas abelhas morreram devido à plantação de milho transgénico, seria conveniente que as autoridades governamentais tomassem as medidas adequadas, após investigação cuidada.
Infelizmente em Portugal, a culpa é sempre alheia e nunca se quer saber daquilo que não convém políticamente.
Não há, que eu saiba e após larga pesquisa, nenhum estudo que sugira sequer que as abelhas são afectadas pelo milho Bt ou qualquer outro transgénico (tendo-se, contudo, num dos estudos efectuados verificado que abelhas infectadas por alguns fungos poderiam apresentar taxas de mortalidade mais elevadas quando alimentadas com pólen de milho Bt). Mesmo o estudo referido no comunicado da Almargem, efectuado por investigadores da Univ do Porto e publicado no Journal of Apicultural Research e posteriormente em O Apicultor, apenas refere efeitos em duas espécies de traças geralmente consideras pragas (e contra as quais frequentemente se fazem tratamentos para as eliminar) mas que esses autores parece consideram poderem (o porquê não é de todo claro), em determinadas condições, contribuir para a diminuição de algumas doenças.
Assim, sugerir que as abelhas do apicultor do Poço do Barreto possam ter morrido devido à plantação de milho Bt existente nas proximidades, parece-me, e salvo o devido respeito a quem o fez, uma daquelas tontices que só lançam o descrédito em relação às associações ambientalistas - o que é de facto pena, pois o ambiente é algo que deve ser preservado.
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