Biotecnologia Vegetal

Um blogue que esclarece tudo sobre organismos geneticamente modificados...

sexta-feira, setembro 14, 2007

Depurtados visitam campo de milho

A opinião pública está cada vez mais interessada no tema "transgénicos". Prova disso é a visita de deputados a um campo de milho transgénico em S. Silvestre, um terreno no Baixo Mondego. Deixo-vos um artigo escrito no Diário de Coimbra sobre o tema:


Deputados visitam campo de milho em S. Silvestre


Os terrenos do Baixo Mondego onde existe uma plantação de milho transgénico que vai ser visitada hoje por um grupo de deputados têm «elevada qualidade» e podem garantir «altas produções», disse à agência Lusa um especialista«São terrenos de aluvião do melhor que há no mundo», afirmou o engenheiro técnico agrário Joel Figueiredo, presidente da União de Cooperativas Agrícolas do Centro (Unicentro), explicando que aqueles campos garantem «altas produções de todo o tipo de culturas».Joel Figueiredo mostra-se favorável ao cultivo de organismos geneticamente modificados (OGM), designadamente milho, nos terrenos banhados pelo rio Mondego, entre Coimbra e Figueira da Foz.«Os agricultores não podem abstrair-se disso. As questões técnicas têm que ser encaradas como tal», disse, argumentando que a engenharia alimentar e a engenharia genética «são uma realidade que existe para bem da agricultura e da Humanidade».O grupo de trabalho dos OGM, constituído no âmbito da Subcomissão Parlamentar de Agricultura, Desenvolvimento Regional e Pescas, efectua hoje uma visita a um campo onde existem milho transgénico e outras variedades deste cereal de regadio.A deslocação dos deputados a S. Silvestre, às 9h30, antecede um programa de encontros, a partir das 11h00, na Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), com autoridades locais e regionais, investigadores, representantes de associações do sector agrícola, ambientalistas e produtores.Segundo Joel Figueiredo, os OGM «estão há anos em todo o Baixo Mondego». Os associados da Cooperativa Agrícola de Coimbra produzem cerca de 15 mil toneladas de milho amarelo, sobretudo naqueles terrenos, cuja grande fertilidade é reconhecida internacionalmente.Daquela produção, explicou, apenas uma «pequena parte» tem origem transgénica.O milho proveniente do Baixo Mondego é comercializado pela Cooperativa de Coimbra, destinando-se na totalidade ao fabrico de rações para animais.No entanto, assegura Joel Figueiredo, fundador e dirigente da Associação Nacional de Produtores de Milho, «não há nenhuma restrição» ao seu eventual consumo por humanos.O engenheiro, que é também gerente da Cooperativa de Coimbra, ressalvou que cerca de 100 toneladas de milho branco, destinado ao fabrico de broa e outros usos culinários, são igualmente produzidas por ano no Baixo Mondego.Joel Figueiredo é igualmente responsável pela unidade de secagem e armazenagem de milho que a instituição possui em São Silvestre, próximo do local que os deputados vão hoje visitar.«Não há nenhum milho OGM semeado às escondidas», sublinhou, indicando que estas plantações «são obrigatoriamente comunicadas aos vizinhos», proprietários de outras parcelas de terreno na área.Todavia, segundo o especialista, uma parte importante das produções tradicionais de milho acaba por ser contaminada pela «polinização cruzada», sendo assim difícil encontrar milho que não contenha mais ou menos genes dos OGM.Às 11h30, no auditório da ESAC, realiza-se uma sessão de abertura dos trabalhos com a presença do presidente do Conselho Directivo da escola, Carlos Dias Pereira, e do director regional de agricultura e Pescas do Centro, Rui Moreira. Segue-se, às 11h45, uma reunião de trabalho, moderada pelo coordenador do grupo de trabalho dos OGM da Assembleia da República (AR), Jorge Almeida. O presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Encarnação, e o governador civil do distrito, Henrique Fernandes, intervêm no encerramento da sessão.Este programa insere-se no acompanhamento pela AR do cultivo de OGM, tendo em vista a publicação de legislação nacional neste domínio.